A Revolução Federalista foi uma guerra civil que ocorreu entre1893 e 1895, pouco depois da Proclamação da República, em 1889. O início do período republicano era conhecido como "República da Espada", pois o governo federal era formado por militares. No Rio Grande do Sul, o governo estadual era centralizador, exercido pelo Presidente do Estado.
Descontentes com este governo, um grupo denominado de Federalistas (também chamados de maragatos), contrários ao sistema presidencialista, queria a formação de um governo parlamentarista, com mais autonomia dos Estados Nacionais. Almejando a deposição de Júlio de Castilhos, presidente do Rio Grande do Sul na época, os maragatos, liderados por Gaspar da Silveira Martins e Gumercindo Saraiva, lutaram contra os Republicanos (também chamados de pica-paus, chimangos, castilhistas ou legalistas), que apoiavam o governo.
A Revolução Federalista foi um dos conflitos mais violentos ocorridos no sul do país, sendo que os combatentes lutavam entre si sem misericórdia. Era famoso, por exemplo, o ato conhecido como "degola", onde se cortava a garganta dos prisioneiros de guerra com o objetivo de vingar-se e de aterrorizar o inimigo. Essa prática foi usada pelos dois lados dos combates. Estima-se que cerca de mil homens, dos dez mil mortos do conflito, morreram dessa forma.
A guerra terminou com a vitória dos Republicanos, que derrotaram os Federalistas no combate do Campo de Osório, marcando a permanência definitiva de Júlio de Castilhos no governo rio-grandense. Além da violência, o conflito mostrou um governo instável nos seus primeiros momentos, sendo que outras rebeliões, como a Revolta da Armada, também aconteceram nesse período.
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